Internauta pede revisão de pena para menor infrator

Visualize fotos

Os internautas que participaram da última enquête postada no site da Câmara de Araras esperam uma mudança nas leis de penalização para o menor infrator. Questionados se a pena para o menor infrator deveria ser revista, 71,7% dos participantes responderam que sim. Foram 99 votos.       Para outros 39 participantes, o que corresponde a 28,2%, a penal nestes casos não deve ser revista.
A enquête ficou no ar durante o mês de março e início do mês de abril no site oficial do Legislativo de Araras: www.camara-araras.sp.gov.br.
A redução da maioridade penal, tema que está na pauta do congresso e de juristas de todo o país, também é tema de um abaixo assinado proposto pelo vereador Romildo Benedito Borelli – Baiano da Farmácia (PTB). Desde o mês de março ele está colhendo assinaturas como forma de pressionar para que o menor infrator com 16 anos de idade tenha as mesmas punições que um adulto ao ser julgado.
No documento, com cópias em farmácias e comércios da cidade, o vereador assim apresenta:
 “A violência bate à nossa porta todos os dias, especialmente nos grandes centros urbanos. O número de assassinatos é alarmante, assaltos e roubos então nem se fala. Muitas crianças pela sua rebeldia, pela falta de educação, por influência do meio ambiente, pelo seu caráter malvado, transgridem a Lei tornando-se muitas vezes assassina.
Este menor torna-se uma ameaça ao convívio pacífico com seus semelhantes, já não escuta ninguém, droga-se e torna-se violento, assalta e ameaça, sendo que alguns já se tornaram assassinos. Não há outra solução, e só apreenderá pela dor, pelo isolamento, pois aquele que despreza a sua vida e a vida alheia, não pode merecer outro tratamento, e a sociedade não pode ficar refém destas "crianças", que estão mais próximos de animais ferozes do que dos seres civilizados”.
De acordo com Baiano, a prisão, além de punir, tem também o caráter de recuperar e reintegrar o preso à sociedade seja ele maior ou menor de idade. “Mas o que vemos na maioria das vezes é a reincidência dos crimes. Com a falta de punição que acabam recebendo os menores, e seus crimes não estando regidos pelo Código Penal, estes se sentem livres para cometer assassinatos à vontade, sabendo que não serão verdadeiramente punidos, e quando presos na Febem (Fundação para o Bem Estar do Menor) sabem que poderão fugir com facilidade, e o cumprimento da pena será por pouco tempo”, completa.
No Estado de São Paulo, em pesquisa feita pela Secretaria de Segurança Pública em 2003, mostrou-se que 3% dos homicídios dolosos e menos de 10% de outros crimes registrados no estado foram cometidos por menores de 18 anos. O número de crianças e adolescentes assassinados no Brasil, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2002, é de 16 homicídios por dia de pessoas situadas na faixa dos 0 aos 18 anos.
O tema ganhou as manchetes de jornais, revistas, programas noticiosos no rádio e na televisão com a morte brutal do menino João Hélio Fernandes, de 6 anos, ocorrida no dia 7 de fevereiro passado, no Rio de Janeiro. João Hélio estava no carro da família, com a mãe e a irmã mais velha, quando foram abordados por três assaltantes armados. Em Araras o vereador cita o exemplo da morte do Guarda Municipal Ademir Privatti, na Rodoviária “Padre João Modesti”, por um menor de 15 anos.
“É de muita importância que tenhamos a maioridade penal do menor a partir dos 16 anos, para que estes sofram as mesmas punições dos maiores de idade, talvez em prisões especiais, tentando fazê-los aprender quando em cumprimento da pena, serviços de marcenaria, sapataria, pintura e pedreiro, ou qualquer outro ofício”, conclui.
De acordo com o vereador o documento posteriormente será enviado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao Senado e à Câmara dos Deputados.




Publicado em: 18/04/2007 11:22:00

Publicado por: Imprensa