A Câmara Municipal de Araras realizou na sexta-feira (14) audiência pública sobre a instalação da FMC Agricultural Solutions no município. O evento lotou o Plenário “Bruno Moysés Batistela” e o público teve oportunidade de se manifestar e tirar dúvidas com diretores da empresa.
Entre o público presente estavam estudantes de ensino técnico, universitários, professores e profissionais em engenharia, agronomia e agroecologia, ambientalistas, secretários municipais e presidentes de partidos.
A audiência pública foi convocada pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Breno Cortella (PT) que presidiu o debate. A mesa de discussão foi composta pelo diretor de operações André Cordeiro, o gerente de operações Octávio Gerbasi e a diretora de regulamentação Maria de Lourdes Setten Fustaino. Também integrou a mesa o prefeito Nelson Dimas Brambilla e o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Geração de Emprego e Renda, Leonardo Dias.
Do Legislativo estivam presentes os vereadores Carlos José da Silva Nascimento – Zé Bedé (PT), Eduardo Elias Dias – Du Segurança (PHS), Marcelo de Oliveira (PRB), Mário Corrochel Neto – Bonezinho (PP), Valdevir Carlos Anadão – Prof. Dê (PT) e a vereadora Anete Monteiro dos Santos Casagrande (PSDB).
Logo de início o presidente da Casa passou a palavra para os representantes da FMC. A diretora de regulamentação Maria de Lourdes Setten Fustaino fez uma apresentação inicial sobre a empresa e sobre o agronegócio brasileiro. Ela comentou sobre dados revelados no Fórum Mundial de Alimentação que afirmam que até 2050 o Brasil será responsável pela alimentação do mundo. “O agronegócio vem crescendo 15% ao ano e nós estamos crescendo junto com a agricultura do Brasil. Para isso temos que ter cada vez mais responsabilidades, como tecnológica, ambiental e com a saúde dos nossos funcionários e das nossas comunidades”, disse.
A FMC possui ao todo seis fábricas pelo mundo, sendo duas localizadas no país matriz, Estados Unidos. De acordo com a diretora a FMC de Araras seguirá os mesmos rigores e padrões de qualidade seguidos pelas fábricas localizadas em outros países.
O diretor de operações André Cordeiro falou sobre os procedimentos de operação na fábrica. Ele informou que os funcionários passam por treinamentos e qualificações continuamente. Além disso, segundo Cordeiro, a fábrica também promove treinamentos de segurança contra incidentes e segue inúmeras normas de conduta, como da (Abiquim) Associação Brasileira de Indústria Química. “Esses procedimentos de segurança já nos garantiram diversos prêmios para a fábrica de Uberaba, que hoje é modelo para toda a organização da FMC. Por isso queremos seguir o mesmo modelo de operação aqui em Araras”, afirmou Cordeiro.
O gerente de operações Octávio Gerbasi contou sobre o processo de escolha do município para instalação da fábrica. “Fizemos estudo profundo e concluímos que o Estado de São Paulo tinha as melhores condições de receber nosso projeto. Dentro do Estado fizemos parceria com a Investe São Paulo e começamos avaliar os munícipios. Precisávamos de um terreno que estivesse dentro de uma área industrial e fora do eixo de expansão demográfica de residências, próximo de rodovia e aeroporto. Dentro desses critérios chegamos cidades finais, entre elas Araras, que ofereceu um terreno mais adequado tecnicamente. Com o término de estudo nós concluímos a compra da área em julho de 2013. Após a compra fizemos um estudo de engenharia e planejamento. Com a aprovação do projeto iniciamos a divulgação para os meios de comunicação”, explicou Gerbasi.
Na sequência foi aberto espaço para manifestação do público presente. A população fez diversos questionamentos aos diretores e gerente da FMC sobre normas de operações, segurança contra incidentes, impactos no solo, água e ar, sobre armazenagem de produtos, grau de toxidade e alternativas de produção mais sustentável.
O prefeito Nelson Dimas Brambilla declarou que a prefeitura vem realizando um profundo trabalho no setor de desenvolvimento e que ao negociar com a FMC buscou o máximo de informação sobre a fábrica. “Após a audiência iremos buscar mais informações junto a Cetesb e Ministério Público e se for necessário iremos promover outro debate para retomar a questão com esses órgãos”, falou o prefeito.
Durante a audiência o presidente da Câmara, Breno Cortella, leu ofícios encaminhados ao Poder Legislativo com justificativa de ausências dos representantes da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) e do Ministério Público. O promotor e curador na área de meio ambiente, Dr. Leonardo Augusto Gonçalves, ressaltou em seu ofício a necessidade de viabilização por parte da empresa do EIA (Estudo de Impacto Ambiental) e RIMA (Relatório de Impacto ao Meio Ambiente).
Diante dos questionamentos levantados durante a audiência o presidente encaminhou ofício na segunda-feira (17) ao prefeito municipal, subscrito também por todos os parlamentares, para que novos estudos, análises e discussões sobre o tema.
Publicado em: 18/03/2014 12:00:00
Publicado por: Imprensa