Ontem, dia 24 de agosto, completou-se 60 anos da morte do presidente Getúlio Dornelles Vargas. Em 1954 Vargas pôs fim à própria vida, aos 72 anos. O conhecido “pai dos pobres” foi o presidente que mais tempo ficou à frente do país (1930-1945 e 1951-1954).
O apelido surgiu em razão de medidas implementadas na área trabalhista, muitas delas em vigor até hoje. Durante sua gestão criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, Institutos de Aposentadorias e Pensões, regulamentou o trabalho de mulheres e de menores de idade, criou o salário mínimo, fixou a jornada de trabalho em oito horas diárias e instituiu a carteira profissional.
A morte trágica do presidente da República gerou comoção no país. Em Araras, após tomar conhecimento do falecimento de Vargas, os vereadores da Câmara Municipal manifestaram seus pesares em Ata de sessão do dia 30 de agosto de 1954.
O vereador Jorge Assumpção apresentou uma proposição para enviar ofício à família de Getúlio Vargas. “Sendo esta a primeira sessão da Câmara após graves acontecimentos que se desenrolaram na capital do país, com repercussões nas demais unidades da Federação, consequentes ao desaparecimento do Exmo. Sr. Dr. Getúlio Vargas, D.D Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, quero Sr. Presidente que fiquem esses acontecimentos registrados nos anais desta Casa, com os testemunhos do nosso profundo pesar. Araras que vem, já há vários anos, dando uma exuberante prova de união entre seus filhos, mais uma vez demostra seu elevado espirito de cordialidade e de compreensão. Nem um só incidente registrou-se em nossa cidade. Partidários ou não do Presidente desaparecido, todos se colocaram dentro dos ângulos de suas emoções intimas, respeitando os sentimentos ou as dores alheias. Nesta hora em que a Nação Brasileira atravessa um dos seus momentos mais difíceis, a união dos ararenses e sua elevada e mutua compreensão dos sentimentos recíprocos tão exuberantemente provados nesta conjuntura, seja um exemplo dignificante de paz e concórdia à Nação Brasileira e expedidos ofícios à família do falecido Presidente Vargas, bem como ao Diretório Municipal do Partido Trabalhista Brasileiro, apresentando nossas sentidas condolências, pelo infausto acontecimento”.
Na ocasião o presidente da Câmara, Francisco Graziano informou que não havia número legal e por isso o requerimento seria submetido à votação na próxima sessão ordinária, declarando que a mesa associava-se integralmente à proposição apresentada.
Na Ata da sessão do dia 13 de setembro de 1954 o presidente do Legislativo pôs em discussão e votação o requerimento de autoria do vereador Jorge Assumpção. Submetido à votação o plenário aprovou por unanimidade o requerimento.
O prefeito de Araras na época, Hermínio Ometto também enviou telegrama à família Vargas, direcionado a esposa Darcy Sarmanho Vargas. “Cumpre-me apresentar excelsa dama minhas condolências comunicando ter esta Prefeitura em sinal de pesar decretado ponto facultativo por 3 dias e luto oficial por 8 dias”. O telegrama foi publicado na edição do dia 26 de agosto de 1954 do Jornal de Araras junto com notícia sobre o fato. O jornal Tribuna do Povo também repercutiu a morte do presidente da República em edição do dia 29 de agosto.
Publicado em: 25/08/2014 12:15:00
Publicado por: Imprensa