A vereadora Deise Aparecida Olímpio de Oliveira (União Brasil) entregou nesta quarta-feira (26) o título de Cidadã Ararense para a pedagoga Márcia Longo, conforme Decreto Legislativo nº 16, de 20 de setembro de 2022. A honraria foi concedida pelos mais de 30 anos de vivência em Araras e pelo trabalho que ela desempenha em prol das mulheres, crianças e adolescentes vítimas de violência e abuso sexual.
A comenda foi entregue no Plenário “Vereador Bruno Moysés Batistela” juntamente com a cópia integral do decreto, aprovado pelos vereadores na 33ª sessão ordinária de 2022.
“Essa homenagem é para te estimular. Eu sei que muitas pedras existem no caminho, eu sei que muitas são as tempestades, mas essa homenagem é para você lembrar e falar ‘eu sou uma cidadã ararense e eu não vou desistir de semear’. Semear, plantar é facultativo, mas colher é obrigatório. Como você tem plantado o bem, obrigatoriamente você vai colher o bem. É de cidadãos como você, que tem essa trajetória de vida maravilhosa, que nossa cidade precisa”, parabenizou a vereadora Deise Aparecida Olímpio de Oliveira, proponente da homenagem.
“Eu fico muito feliz por ser lembrada, por ser homenageada. Não fiz tudo isso para aparecer ou ganhar algo, esse nunca foi o meu objetivo. Meu desejo é que as pessoas fiquem bem e se recuperem das histórias de abuso e violência. Receber essa homenagem é como se eu pudesse estender para todas as crianças e adolescentes que passam ou que passaram por estas situações, e que eles possam ter um espaço de proteção, de carinho e de cuidado”, agradeceu a homenageada Márcia Longo.
A história de Márcia Longo
Nascida em São Paulo em 29 de abril de 1963, Márcia é filha de Venézio Longo e Maria Clotilde Longo. Mãe de dois filhos e avó de dois netos, viveu grande parte de sua vida em Ribeirão Pires, cidade na região do Grande ABC, e mudou-se para a capital junto ao ex-marido, mas não se adaptou à rotina da cidade grande.
A oportunidade surgiu quando seu ex-marido recebeu uma proposta de emprego em Limeira. Consequentemente, conheceram o município de Araras, e a primeira impressão que tiveram foi da Praça Barão, cujos encantos fizeram com que se apaixonassem pela cidade. Assim, ela se mudou para Araras em maio de 1991.
No ano de 1994, Márcia iniciou um grupo de autoajuda para mulheres vítimas de abuso sexual na infância e na adolescência, e desde então sempre estuda e trabalha para encontrar maneiras de ajudar pessoas em situação de violência.
Em 2007, formou-se em Pedagogia pela FHO/Uniararas (Fundação Hermínio Ometto), curso que escolheu pelo desejo de ajudar vítimas de violência e abuso sexual, em especial crianças e adolescentes. Posteriormente, especializou-se em violência doméstica e neuropsicopedagogia.
Atuou durante anos como professora, coordenadora de escola e atualmente trabalha no CREAS (Centro de Referência Especializada em Assistência Social), onde auxilia na organização dos grupos de ajuda para mulheres e famílias em situação de violência.
Há alguns anos, junto com outras pessoas, organizou a Associação Reviver – Mobilização pela Não Violência, a qual realiza projetos, cursos e palestras voltadas a homens e mulheres vítimas de abuso e violência.
É autora do livro “Eu Me Lembro”, no qual relata sua experiência pessoal, e escreveu também um segundo livro, para ajudar pais e professores a entenderem melhor como acontece o abuso e como ajudar essas crianças.
“Ajudar outras pessoas em situação de violência me ajuda a refletir sobre minha própria história de vida e me traz a tranquilidade e o equilíbrio que preciso para seguir com meu trabalho. Pretendo continuar realizando os grupos durante muitos anos ainda”, diz Márcia.
Publicado em: 27/04/2023 10:56:06
Publicado por: Rafael Siviero - Diretoria de Comunicação da CMA