CEI pretende encerrar trabalhos com depoimento de Meneghetti

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O ex-prefeito Luiz Carlos Meneghetti (PDT) compareceu esta tarde para prestar depoimentos à CEI – Comissão Especial de Inquérito, que visa apurar possíveis irregularidades na licitação, projeto, construção e inauguração da Escola Municipal Especial "Ettore Zuntini". A reunião foi realizada no Plenário “Vereador Bruno Moysés Batistela”, da Câmara Municipal de Araras, com início às 14h25 e término às 15 horas.
            Os primeiros questionamentos partiram do vereador membro da CEI, Breno Zanoni Cortella (PT), que perguntou se Meneghetti tinha conhecimento do relatório apresentado pelo engenheiro civil e ex-secretário Municipal de Planejamento, Gestão e Mobilidade Evaldo Sérgio Grigoletto. Ele respondeu que não leu porque, na sua opinião, partia de uma pessoa com razões políticas para contestá-lo e à obra.
            Meneghetti declarou que acompanhava a obra pessoalmente e também por meio de um funcionário de sua confiança, o engenheiro civil Luiz Pitaluga Neto, que na época ocupava o cargo de diretor na Secretaria de Planejamento. Sobre as modificações sofridas pelo projeto original da obra, o depoente disse que elas existiram apenas para adequação e que não foram feitas mudanças drásticas. “Se houve erros, foram erros do projeto. Então, vocês precisam ouvir os engenheiros que fizeram os cálculos”, declarou.
            Meneghetti confirmou também que procurou agilizar a obra e em razão disso foram autorizadas com saldo de contratos a realização de alguns serviços como a implantação da rede de informática e também as calçadas. Ele disse também que deixou de inaugurar diversas outras obras, que até poderiam ser inauguradas. “Este é um dos maiores centros educacionais do País, especializado em alunos com necessidades especiais”, comentou.
            Quanto à questão levantada pelo vereador Breno da utilização de recursos em torno de R$ 10 mil em gesso, cuja dúvida é se este material foi aplicado em obra da Delegacia Participativa, o depoente não confirmou, mas também não negou que isto tenha ocorrido. “O gesso foi utilizado num teste e pode até ser que tenha sido usado na delegacia, mas o importante é que o serviço foi feito”, comentou.
            Segundo Meneghetti, a obra foi estimada em R$ 2 milhões, mas foram consumidos em torno de R$ 1,3 milhão. “Gastamos menos do que deveria. Não houve superfaturamento, mas sim sub-faturamento”, declarou. Diante do questionamento dos vereadores, o depoente declarou também que faltaram algumas coisas para concluir a obra, mas que ela poderia entrar em funcionamento. “Imaginei que o próximo prefeito fizesse o que ficou faltando e que poderia ser resolvido em até 15 dias. No dia da inauguração não tinha portas e nem janelas quebradas lá”. Se houvesse vontade política tudo poderia ser resolvido”, reafirmou.
            Diante do questionamento do vereador Eduardo de Moraes (PP), se ele considerava ter errado ao contratar pequenas empresas, Meneghetti respondeu que eram todas empresas conhecidas em Araras. “Acho que a questão é política porque não querem terminar aquilo. A pior coisa do mundo é ser prefeito no último ano de mandato. Não imaginava que iam colocar copos e garrafas nas calhas e condutores. Amassaram as calhas, enfim, foi tudo sabotagem”, afirmou.
            Sobre a questão envolvendo a falta de contratos para a realização de alguns serviços, levantada pelo vereador Derci Tófolo, Meneghetti reafirmou que muitas coisas foram feitas com saldos de contratos. “A parte da informática tá lá pronta, sem que tivesse licitação, assim como a calçada e outras coisas”, assinalou. Em relação aos furtos registrados na obra, Meneghetti confirmou que eles aconteceram mesmo com uma equipe de guardas municipais destinada para o lugar. “Nossa orientação foi que fossem feitos boletins de ocorrência”, comentou.
            Ainda durante o depoimento, Meneghetti mencionou o nome de pessoas e empresas construtoras conhecidas da cidade, que foram consultadas, inclusive de Grigoletto. “Vocês podem perguntar a qualquer um deles que lá estiveram com a gente e vão concluir que nunca houve “achegos” (acordos) com ninguém.  O ex-prefeito fez também um alerta, dizendo que toda e qualquer responsabilidade em relação ò obra é do atual prefeito. “Se cair uma laje, acontecer qualquer problema a responsabilidade é da atual administração e não minha. Quando assumi no meu primeiro mandato, encontramos problemas em algumas escolas. Chamamos as empresas e procurarmos resolver a situação. Então, todas as empresas que prestaram serviços podem ser chamadas para corrigir o que acharem necessário”.
 
            Os vereadores integrantes desta CEI Derci Agemir Tófolo-DEM (presidente), Breno Zanoni Cortella-PT (membro) e Eduardo de Moraes-relator-PP (relator) concederam que o depoimento de Meneghetti é suficiente para encerrar os trabalhos e se preparar o relatório final. O próximo passo da comissão é analisar os prazos e verificar se há ou não necessidade de prorrogação do tempo para conclusão dos trabalhos”.




Publicado em: 08/12/2009 17:47:00

Publicado por: Imprensa