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Araras realiza exposição cultural da Festa das Árvores



Publicado por: Equipe de Imprensa Oficial - CMA


No dia 7 de junho de 2021, no Centro Cultural Leny de Oliveira Zurita, a cidade realizou a exposição virtual “FESTA DAS ÁRVORES”, o evento que era presencial foi adaptado aos parâmetros atuais devido ao enfrentamento da pandemia.

A agenda contou com a presença do prefeito municipal, Pedrinho Eliseu Filho, do secretário do meio ambiente, Rodolfo Bergamin e dos vereadores Rodrigo Soares, Marcelo de Oliveira, Mirian Vanessa, Ana Júlia Casagrande e José Roberto Apolari.

A Festa das Árvores realizada em Araras no dia 07 de junho de 1902, foi a 1ª comemoração ecológica do país, sendo criada pela lei municipal nº 25, de 2 de junho de 1902, que registrou como objetivos fundamentais o plantio, conservação e o aumento do Bosque Municipal.

A Festa foi idealizada à semelhança do “Arbor Day”, dos Estados Unidos, em reunião do Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas, na qual Albert Löfgren defendeu a ideia de reproduzir a comemoração americana, João Pedro Cardoso sugeriu que a festa ocorresse em Araras e Coelho Neto, que ficou responsável pela divulgação da festa. Os três foram os principais organizadores da Festa, mas foram auxiliados por outros importantes membros do CCLA, preocupados com a devastação da mata nativa na região, resultado da expansão da cafeicultura e das ferrovias.

Na época, a cafeicultura e as ferrovias estavam se expandindo pelo Oeste Paulista, e houve um estranhamento inicial diante dos protestos de um grupo de cientistas contra a devastação causada pelo crescimento desordenado das cidades, mas foram seus argumentos de que a falta de planejamento poderia resultar em queda da produção agrícola que alavancaram a adesão dos grandes cafeicultores da região na organização da Festa das Árvores.

A Festa das Árvores não foi apenas uma comemoração ecológica, ela envolveu vários eventos que serviram como demonstração da riqueza e prosperidade do povo ararense. Foi financiada pelos grandes cafeicultores da cidade, dentre os quais vários coronéis da Guarda Nacional e políticos ligados ao Partido Republicano Paulista, além de uma pequena participação financeira do Governo do Estado. Vários membros das famílias locais estavam ligados ao Governo Estadual, como o senador e presidente da Comissão Central do PRP Antônio Lacerda Franco, o prefeito de São Paulo e Diretor da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, Conselheiro Antônio Prado.

A Festa foi tão suntuosa que foi designada uma linha de trem especial para conduzir os convidados, partindo da Estação da Luz (São Paulo), até Araras, com paradas para recepções e “comes e bebes”. Haviam fogos de artifício e apresentações de bandas nas cidades de Jundiaí, Campinas e Limeira. Nessas paradas, autoridades locais juntaram-se ao grupo nos vagões reservados à comitiva do governo.

A Estação de Araras, as praças e as ruas centrais foram ricamente enfeitadas para receber os visitantes ilustres, dentre os quais: presidente do Estado de São Paulo, vice-presidente do Estado, Secretários de Estado (Agricultura, Fazenda, Interior e Justiça), presidente e membros da Sociedade Paulista de Agricultura, membros da Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo, políticos e autoridades de São Paulo e de cidades da região, engenheiros, geógrafos e professores.

O “círculo pensante” da Nova República, grupo que almejava inserir o país na era moderna, com cientistas e políticos comprometidos com o momento histórico, se uniram aos ideais conservacionistas da época e prestigiaram a Festa.

O dia 07 de junho foi escolhido como data da Festa para coincidir com a ocasião da Feira Agrícola de Araras. As Feiras haviam sido instituídas em 1898, e ocorriam quatro vezes por ano, durante três dias. Eram eventos festivos que atraíam público de toda a região em busca negócios e lazer. A decisão de realizar a Festa das Árvores no 2º dia das Feiras de junho foi estratégica para aproveitar o público, divulgar a Feira e também apresentar a Escola Prática de Trabalhadores Rurais para um público maior. Todos os eventos ocorreram numa mesma área. Ao lado do local das feiras ficava a Escola de Trabalhadores Rurais, com uma extensa área verde onde ocorreu a Festa das Árvores. A ata da Câmara Municipal de 02 de junho de 1902, que deliberou sobre a Festa, registrou também a criação da escola.

Após a chegada do trem, houve uma queima de fogos e posteriormente, todos os convidados participaram de um desfile pelas ruas cobertas de pétalas de flores, com o estandarte da festa à frente e a execução do Hino das Árvores, percorrendo o caminho da praça da Matriz até o local da festa. Um dos eventos mais festejados foi o plantio de 242 mudas de várias espécies de árvores, vindas do Horto Botânico de São Paulo, por cerca de 500 alunos das escolas de Araras.

No início do século XX, Araras se destacava por sua importância econômica na cafeicultura e estava inserida no movimento de modernização da agricultura, com a introdução de novas técnicas agrícolas visando o aumento da produção. Essa modernização estava diretamente relacionada à criação da Escola de Trabalhadores Rurais e no uso de modernos equipamentos agrícolas. No segundo dia da Festa houve a exposição de uma aula prática de agricultura na qual foram apresentados nove diferentes aparelhos agrícolas (cultivadores, arado, semeadores, e outros equipamentos importados), com demonstrações de seu funcionamento e explicações sobre seus benefícios para a lavoura, seguindo o modelo das futuras aulas da anunciada Escola.

Após a Festa das Árvores de 1902, Araras recebeu o título de “Cidade das Árvores”, e a partir de seu exemplo, passou-se a comemorar o “Dia da Árvore” em algumas cidades, mas somente em 1965 (63 anos após a Festa), foi instituído no Brasil o Dia da Árvore nacional. A Festa das Árvores ainda se repetiu por vários anos até ser extinta. Atualmente, o Bosque não existe mais, o número de árvores em Araras é incerto, porém estimativas do DMA (Departamento de Meio Ambiente) apontam que haja uma árvore para cada cinco habitantes, bem abaixo da recomendação da OMS, que seria de cinco árvores por habitante.  A última árvore remanescente da Festa caiu em 2012, durante um vendaval.

As biografias podem ser consultadas no seguinte link: https://araras.sp.leg.br/Pagina/Listar/783

                                   Por Ana Castilho, historiadora da Câmara Municipal de Araras.

 

Já nesta última segunda-feira, 7 de junho, foi realizada a 18ª sessão ordinária, acompanhe o resultado dos trabalhos do legislativo:

APROVADO – Projeto de Resolução (Proc. 24/2021) de autoria dos vereadores Deise Aparecida Olimpio de Oliveira, Marcelo de Oliveira e Elaine Maria Ferreira da Silva Brambilla - Insere o parágrafo 7º no artigo 175 do Regimento Interno da Câmara Municipal de Araras, que dispõe sobre a leitura da bíblia sagrada durante a sessão camarária. O projeto foi aprovado pela maioria da votação. Votaram favoráveis os parlamentares, Missionária Maria (DEM), Marcelo de Oliveira (Republicanos), Dr. Apolari (PP), Dra. Deise Olimpio (DEM), Elaine Brambilla (PSD), Regina Corrochel (PTB). Votaram contrários ao projeto os vereadores Manuel Santos Filho (PL), Márcio Tonissi (REDE), Mirian Vanessa (PSD), e a vereadora Ana Júlia Casagrande (PSDB).

A próxima sessão ordinária está agendada para o dia 14 de junho, às 18h.

Veja mais em: https://arvores2021.wixsite.com/festadasarvores


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