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Publicado por: Imprensa

Cerca de 60 pessoas compareceram na terça-feira (11) na audiência pública sobre segurança pública, realizada na Câmara Municipal de Araras. O vereador Francisco Nucci Neto (PMDB) presidiu o evento com o apoio dos vereadores Valdevir Carlos Anadão – Profº. Dê (PT) e Eder Muller (PSDC).

A mesa de debate foi composta pelo promotor da Vara da Infância e da Juventude de Araras, Marco Antonio Gesualdi Xavier de Freitas, o secretário municipal de Segurança Pública e Defesa Civil, João Tranquilo Beraldo, o presidente do Conseg (Conselho Municipal de Segurança), Alex Zaniboni Júnior, o comandante da 2ª Cia. Polícia Militar - capitão Ênio Antonio de Almeida, o tenente da PM Helington Ilgges da Silva e o delegado titular de Polícia, Sydney Sully Urbach.

            Do Legislativo estiveram presentes os vereadores Carlos José da Silva Nascimento – Zé Bédé (PT), Eduardo Elias Dias – Du Segurança (PHS), José Roberto Rimério – Miqueira (PTB), Mário Corrochel Neto – Bonezinho (PP), vereadora Anete Monteiro dos Santos Casagrande (PSDB) e o presidente da Câmara, Breno Zanoni Cortella (PT).

Logo no início o vereador Nucci fez algumas considerações e citou que em Araras os indicies de criminalidade ainda estão abaixo se comparados com  algumas cidades da região, mas que apesar do trabalho integrado das Polícias Civil,  Militar e Guarda Municipal, a questão da segurança pública precisa melhorar em muitos pontos, principalmente na legislação.  

O vereador Profº Dê comentou que o problema com a segurança está inserido num contexto econômico social, no qual a riqueza produzida pelo País não é distribuída adequadamente. “É necessário uma transformação política, social e de valores para construir uma cultural de participação, colocando a educação a frente”, afirmou. 

O vice-presidente da Câmara, Eder Muller falou que uma das suas maiores preocupações é o efetivo das Polícias Civil e Militar. “Muitas vezes se olha para estatísticas da cidade e isso segura recursos”, disse. Ele também ressaltou outro assunto polêmico que são as festas “Open Bar” e o consumo de bebidas alcoólicas entre menores de idade.

O presidente do Conseg, Alex Zaniboni Júnior destacou em seu pronunciamento que as reuniões do Comsepa (Conselho Municipal de Segurança Pública de Araras) foram retomadas e agora, junto com o Conseg, irá unir forças para cobrar benefícios para a cidade.

O secretário de Segurança Pública e Defesa Civil, João Tranquilo Beraldo ressaltou que a parceria efetiva entre a Guarda Municipal de Araras com as Polícias Civil e Militar é um dos fatores que tem mantido os índices baixos de criminalidade.  Ele também informou que algumas providências já estão sendo tomadas pelo poder público, como abertura de concurso público para aumento do efetivo, aquisições de viaturas para a Ronda Rural, motocicletas e armamento potente. 

O delegado titular de Polícia, Sydney Sully Urbach falou que o tema segurança traz para a população certo desconforto, mas que este sentimento não está presente em estatísticas criminais. “Os anos mais cruéis de segurança pública em Araras foram 2003 e 2004. Em 2003 tivemos para um grupo de 100 mil habitantes, 400 assaltados, hoje o número é de 280 pessoas. Há 10 anos tivemos 16,5 homicídios para 100mil habitantes, hoje são 10. Mês passado tivemos 18 casos de roubo na cidade, comparando com outras cidades como Leme, que teve 70 casos e Rio Claro 150 no mesmo período. O último latrocínio aconteceu em maio de 2011. Desde 2002 não temos um assalto a banco em Araras”, informou.    

Urbach comentou que se por um lado a estatística é positiva para a cidade, por outro ela atrapalha na conquista de recursos, principalmente de efetivo. Ele afirmou que normalmente os recursos são dados para municípios com índices piores. 

O promotor da Vara da Infância e da Juventude de Araras, Marco Antonio Gesualdi Xavier de Freitas contou que muitos adolescentes são levados para tráfego de drogas por meio de ameaças de traficantes, e que por isso é importante investir na educação. “É preciso ter um investimento social para que este adolescente não seja levado para o crime. É necessário ter mais atividades nas escolas que ocupem o tempo deste adolescente. No caso quando é cometida a infração, a solução é a liberdade assistida, mas há uma necessidade de investir mais nesse tipo de atividade também”, enfatizou.

O promotor ainda abordou a questão da venda de bebidas para menores. “Se pune o vender, mas não o beber, acredito que as bebidas alcoólicas deveriam ter uma abordagem igual a que teve o cigarro”, defendeu. Freitas ainda citou alguns índices que estão crescendo em Araras, violência contra a mulher e acidentes de trânsitos.  

O comandante da 2ª Cia. Polícia Militar, capitão Ênio Antonio de Almeida disse que o grande diferencial da cidade de Araras é a harmonia entre a Guarda Municipal, Polícia Civil e Militar. “Nosso maior patrimônio são os homens e as mulheres que fazem parte da corporação, por isso começamos um trabalho com relação a autoestima, o reconhecimento e respeito a cada policial militar. O povo brasileiro não está acostumando a cumprir regra e a mídia exerce uma pressão que chega a desanimar o efetivo, porém nossa companhia tem um diferencial que chama ‘querer fazer’. A questão da segurança pública parte da formação histórica da sociedade brasileira, declarou Ênio.

O capitão ainda sugeriu ações de prevenção primária e nesse sentido, de uma legislação a respeito do horário de estabelecimentos comerciais na cidade, em especial bares. “Retomamos a Operação Bares para fiscalização de menores que consomem bebidas, tráfico de drogas e porte de armas. Na semana passada 72 pessoas foram abordadas e tivemos um flagrante de tráfico de drogas em um bar”, contou.

Após a manifestação da mesa e dos vereadores, o vereador Francisco Nucci Neto passou a palavra para o público presente que questionou as autoridades e sugeriu melhorias para a cidade, como a instalação de câmeras de segurança.

Nucci informou que as autoridades, bem como os participantes, poderão encaminhar sugestões por escrito até o dia 1º de julho, a fim de compor o relatório final da audiência, que servirá de base para produção de documento que será levado ao conhecimento de autoridades no âmbito estadual e federal.

A população também pode contribuir acessando o site do Legislativo em um espaço criado especificamente para receber sugestão dos ararenses na área de segurança.