Publicado por: Imprensa
A possibilidade do encerramento das atividades da Escola Estadual “Ignácio Zurita Júnior” foi o principal assunto da 16ª Sessão Ordinária, realizada na noite desta segunda-feira, 28 de maio, na Câmara de Araras. Meia hora antes do início da sessão cerca de 200 alunos, acompanhados de alguns professores, já tomavam o pátio do prédio na expectativa de ouvirem o posicionamento dos vereadores.
Na última semana a manifestação aconteceu diante do Solar Benedita Nogueira, sede da Prefeitura de Araras. O objetivo é sensibilizar os administradores locais a não aceitarem a possibilidade de doação do prédio, que pertence ao Governo do Estado, para o município. Segundo publicações na imprensa local, o prefeito Luiz Carlos Meneghetti manifestou o interesse em aceitar a doação, transformando o espaço em um museu ou na sede secretaria Municipal de Educação, o que naturalmente acarretaria no encerramento das aulas na escola transferindo os alunos para outras unidades.
Diante do prédio da Prefeitura o trânsito, em função do volume de estudantes, quase todos da unidade que atende cerca de 900 alunos, foi interrompido. Já na Câmara o movimento foi pacífico, limitado a alguns aplausos após a fala dos vereadores na Palavra Livre que se manifestaram contrários à doação.
Antes disso o presidente José Roberto Rimério – Miqueira (PTB), lembrou que já havia tranqüilizado um grupo de professores que buscaram com ele uma posição sobre a possibilidade de municipalização desta e de outras unidades que hoje são mantidas pelo Estado. “Pelo menos durante o ano de 2007 não existe a possibilidade destas escolas serem municipalizadas. Eu conversei com o prefeito e para que isso seja feito é preciso verba e um estudo mais detalhado”, disse.
Quanto à doação da Escola Zurita e destinação do prédio para outra finalidade, Miqueira acredita que está descartada pelo fato do atual governo ser marcado pela construção de novas unidades e reforma de outras. “Isso iria contra tudo o que já foi feito na atual administração e que recebeu apoio desta Casa”, completou o presidente.
Miqueira já havia se comprometido a mediar uma conversa entre o prefeito e a direção da unidade para esclarecer a situação. “Espero ainda nesta semana ter uma resposta positiva para todos”, disse ele.
Posicionamento
Enfáticos, os vereadores que usaram a Palavra Livre já se manifestaram contrários caso no futuro tenham que votar o processo de doação de prédio ocasionando no fim das aulas na Escola Zurita.
Romildo Benedito Borelli – Baiano da Farmácia (PTB) disse que a cidade precisa de escolas e não de museus. “Existem outros espaços que podem ser aproveitados para museu. A nossa antiga estação está sendo transformada em Centro Cultural”, lembrou ele.
O vereador Walter de Oliveira (PMDB) defendeu a tradição, citando também as outras unidades de ensino localizadas no centro da cidade. Já Manoel Silva (PPS), apesar de ser líder do prefeito, disse que tudo não deve passar de comentários sem fundamentos, necessitando de muita conversa para esclarecer a situação.
Pedrinho Eliseu (DEM) e Ricardo Franco (PV) pediram que os alunos continuassem na luta pelo não fechamento da escola. “Escola não é pra fechar. Essas unidades da região central mais do que o valor educacional, possuem um valor histórico”, disse Pedrinho. Na seqüência foi a vez de Ricardo Franco que lembrou dos seus tempos de ex-aluno no Zurita.
Também ex-aluno o vereador Irineu Maretto (PMBD) falou do nome de seus primeiros professores na unidade e foi taxativo ao dizer que o Estado quer se livrar dos problemas ao invés de ajudar as prefeituras a resolvê-los.
Diante dos alunos e professores, os vereadores aprovaram um requerimento, de autoria do vereador Breno Cortella (PT) pedindo explicação do prefeito sobre a extinção da Escola Zurita em Araras.
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