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Vereadores da região se mobilizam contra novos pedágios


Vereadores do interior do Estado de São Paulo estão empenhados para impedir que novas praças de pedágios sejam instaladas ao longo das rodovias estaduais. Uma audiência pública, realizada nesta quarta-feira (7), na Assembleia Legislativa, proposta pelos deputados estaduais Antonio Mentor, Ana Perugini e Zico Prado, todos do PT, para debater a instalação de novos pedágios na Região Metropolitana de Campinas e outras cidades do interior, foi marcada por muita indignação por parte dos moradores das regiões afetadas, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e outras lideranças.
O vereador Valdemir Gomes – Mami (PT), participou do encontro e mostrou-se apto a representar a comissão de vereadores do entorno de Araras contra as novas praças.
A defesa técnica da implantação das novas praças de pedágios coube aos representantes da Secretaria de Transportes do Estado e da Artesp, a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo. Os dados apresentados, no entanto, foram contestados pelos parlamentares. O pedágio a ser instalado no quilômetro 135,5 da Rodovia SP - 332, em frente à refinaria da Petrobras em Paulínia, foi o principal alvo das críticas. Segundo o ex-prefeito de Cosmópolis, José Pivatto (PT), a praça de pedágio está localizada em um retorno, ao lado de uma refinaria de combustíveis.
O deputado Antonio Mentor credita as novas praças de pedágio à “sanha arrecadatória” do governo Serra, do PSDB. “O excesso de pedágios vai elevar o custo São Paulo, o que pode afastar empresas e acabar com inúmeros postos de trabalho. Afinal, já temos o IPVA mais alto do Brasil e as tarifas de pedágios mais caras do mundo”, disse.
Segundo o parlamentar, o Estado de São Paulo ganhou mais 61 pedágios, elevando para 159 as praças de cobrança nas rodovias estaduais.
O diretor da Associação de Transporte Rodoviário do Brasil, a ATR Brasil, Valmir Brustolin, comprovou os cálculos do deputado Antonio Mentor. “Os caminhões pagam pedágio por eixo e gastam, em média, R$ 10.700 por mês de pedágio nas rodovias paulistas para chegar ao Porto de Santos. Este valor representa 1/3 do faturamento que temos com o veículo”, calcula Brustolin.
Também presente ao debate, o deputado Roberto Felício (PT) reafirmou ser necessário estabelecer valores de tarifas mais justos, suficientes para cobrir os custos de melhorias e manutenção das rodovias e gerar uma margem de lucro socialmente aceitável às empresas concessionárias. "Não é o que ocorre, infelizmente, nas concessões feitas pelo governo do Estado de São Paulo", disse o parlamentar.
Ele lembrou que, hoje, quem está em Piracicaba e precisa viajar até a cidade de São Paulo, pela rodovia dos Bandeirantes, paga R$ 17,60 para percorrer 165 quilômetros, o que representa um valor médio de R$ 0,106 por km rodado. Se fossem praticados nas rodovias estaduais os mesmos valores de pedágios das rodovias federais, viajar de Piracicaba a São Paulo, aplicando-se a mesma política de concessão do governo federal, o custo com pedágio seria de R$ 3,84. "Isso significa que a diferença entre o preço praticado nas rodovias federais e estaduais é exorbitante", disse.
Na próxima semana, dia 13 de outubro às 18 horas, haverá a continuidade dessa mobilização contra os pedágios na região. Nessa data, está previsto um debate na Câmara Municipal de Cosmópolis, com representantes do Comitê Popular contra o Pedágio, movimento formado por diversas entidades da sociedade.
Em função da Sessão Ordinária da Câmara de Araras transferida para a noite de terça-feira, em função do feriado de 12 de outubro – Dia da Padroeira do Brasil, o vereador Mami não participará dessa mobilização. “Apesar disso farei contato no dia seguinte para me inteirar do resultado dessa mobilização. Entendo que essa luta só surtirá efeito se todas as forças contra os novos pedágios se unirem”, conclui ele.


Publicado em: 08 de outubro de 2009

Publicado por: Imprensa

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Categoria: Notícias da Câmara

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